O livro Vórtex: modulações na Unidade Dinâmica oferece um emaranhado de ideias e práticas propícias para uma vida plena e possível, e ao mesmo tempo, possui uma linguagem acessível com consistência acadêmica.
De acordo com o autor, os transaberes são um campo dos mais férteis e precisos que realizam uma transdisciplinaridade - a emergência de um campo contínuo onde não se distingue saberes. “A transdisciplinaridade é muito mais rara que a interdisciplinaridade (a relação de saber com outro, por exemplo, a biofísica)”.
A publicação conta as ilustrações da artista plástica Paloma Carvalho na capa e no livro.
O psicólogo, professor e escritor Nelson Job, Doutor e pesquisador do departamento de História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia HCTE/UFRJ, se debruçou por anos em estudos e experimentações que envolvem filosofia, ciência moderna, mística, arte e política. O resultado dessa dedicação e estudos intensos está reunido no livro Vórtex: modulações na Unidade Dinâmica.
“Sinto a alegria de ter construído uma espécie de novo campo do saber e que tudo o que venha a criar conceitualmente a partir de agora vai beber dessa fonte”, diz Nelson. Ele assevera que os transaberes atingiram sua maturidade: “Possui a consistência e a precisão necessária para sustentar sua autonomia, bem como os níveis de permeabilidade a outros saberes”.
O exercício em vórtex emergiu lenta e naturalmente à medida em que este conceito foi ganhando precisão e consistência. “As minhas principais experiências místicas foram ressoando entre si nos transaberes, fazendo com que as práticas nos cursos e grupos de estudos fossem ganhando cada vez mais espaço, tornando o exercício em vórtex, hoje, um tema dos mais importantes nos transaberes”, conta Job. Ele diz que o exercício permite à pessoa apreender que sua constituição vai além do seu corpo biológico, além de ganhar muito mais proficiência no âmbito vibracional da vida.
Sobre essa prática de meditação, Nelson Job explica: “Das minhas práticas místicas, foi naturalmente emergindo uma prática nos transaberes, muito em função de pedidos dos participantes dos cursos e grupos de estudos. Essa prática é o exercício em vórtex, que trabalha as vibrações ‘energéticas’, mostrando que nós somos algo muito além do corpo biológico e isso é fácil de experimentar com a prática precisa”.
Ele explica, ainda, que no exercício em vórtex também há um aspecto de “auto inquirição”, inspirada na prática indiana não-dual do Advaita Vedanta, que é um sistema filosófico. “Por meio dos aspectos auto inquiritivos do exercício em vórtex, ganhamos intimidade com o impensável, o inominável, que chamamos de instância de vibração máxima no livro, que tem um capítulo inteiro voltado para o exercício em vórtex, com ilustrações”, diz ele. “Percebemos que a prática de fazer o exercício em vórtex juntos nos cursos online, junto ao fato de que cada participante o faz individualmente nos momentos que desejam, tem sido uma prática muito relevante para manter a plenitude em tempos pandêmicos”. conclui o professor.
E, afinal, o que filosofia, ciência, arte, mística e política têm em comum no trabalho desenvolvido por Nelson Job?
Nelson Job elucida que os saberes, no passado, não eram separados e foram ganhando uma impermeabilidade artificial devido a uma sequência de escolas separatistas. De acordo com o pesquisador, esses saberes separatistas tornaram-se mais influentes ao longo da história do pensamento ocidental: o platonismo, o cristianismo enquanto instituição, o cartesianismo e o kantismo - para citar os mais importantes e presentes.
“Nosso trabalho foi elencar os saberes 'malditos', esquecidos ou turvados por essa história oficial, colocando-os em ressonância”, explica.
O estudo histórico revela o fato de grandes cientistas terem sido bruxos, como o italiano Giordano Bruno - teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista -, o astrônomo, astrólogo e matemático alemão Johannes Kepler, e o matemático, físico, astrônomo, teólogo e autor inglês Isaac Newton. Job diz, ainda, que as relações matemáticas não intencionais de algumas obras artísticas dos pintores Vincent van Gogh e Jackson Pollock, a obra transdisciplinar do filósofo francês Gilles Deleuze, do antropólogo inglês Tim Ingold e outros nos ajudam enormemente nessa jornada.
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